METADE DOS PRÉDIOS QUE EXISTEM EM LISBOA NÃO RESISTEM A UM SISMO

Metade dos prédios que existem em Lisboa não resistem a um sismo, esta é a opinião de João Paulo Costa, Engº Civil – Especialista em Construções Antissísmicas, em entrevista publicada pelo Diário de Noticias, Jornal de Noticias e TSF (https://www.dn.pt/sociedade/metade-dos-predios-que-existem-em-lisboa-nao-resistem-a-um-sismo-17024548.html).

O especialista refere que mais de metade das casas que existem em Lisboa têm as mesmas características daquelas que colapsaram em Marrocos. Muitos prédios em Lisboa, metade deles, de acordo com o último Censo, são em alvenaria de pedra e são suscetíveis, como os prédios em Marrocos, a ter este tipo de desfecho.

Mas vai mais longe ao referir que à exceção do Hospital da Luz, que está preparado para o sismo com a melhor tecnologia que existe, o Hospital de São José colapsa, o Hospital de Curry Cabral cai, o Hospital de Santa Maria fica inoperacional. É uma carência brutal de estruturas vitais que vai acontecer logo após o sismo. Não podemos utilizar essas estruturas.

Em relação à legislação Portuguesa refere que a legislação portuguesa é ótima. Entrou em vigor também agora, salvo erro, em 2021, o Eurocódigo 8, que é a norma mais evoluída em termos mundiais para proteger as construções do sismo, e aí existe essa obrigatoriedade, digamos assim, de olhar ao sismo. Portanto, em termos de legislação, estamos ótimos. Agora temos é de alterar a nossa cultura, a perceção, valorizar isso.

Sobre as medidas de proteção a adotar que devem ser usadas por qualquer pessoa durante um sismo, destaca a importância de ter preparada uma mochila de emergência (https://mochilas-emergencia.com/), referindo que tem no meu carro uma mochila para me defender do sismo, com um rádio a pilhas e um apito. Por exemplo, em 1995 houve um grande sismo em Kobe, no Japão, e depois fizeram um inquérito aos sobreviventes e perguntaram o que é que gostariam de ter consigo no próximo sismo e grande parte das pessoas responderam que queriam um apito para poderem ser sinalizadas. Ou seja, para apitar simplesmente e serem encontradas. Não custa muito andar com um apito. Pronto, às vezes ando com o meu apito e acham que sou maluquinho, mas é por uma razão séria. Por exemplo, um kit de primeiros socorros, uma muda de roupa. Se houver um sismo em Lisboa, sabe o que é que acontece? Por exemplo, durante duas semanas não vai haver água nem luz. Imagine que está na sua casa e a sua casa não colapsa. Tem água em casa para duas semanas? Pode guardar lá a água. São coisas básicas que as pessoas podiam adotar. Imagine que fica debaixo dos escombros: se tiver água, dura 72 horas ou mais, mas se não tiver água, morre de sede. Pode nem ser do sismo, é da sede. Há muitas coisas. Basta-nos visualizar ou imaginar o que é um sismo.