E se o terramoto fosse em Lisboa, estariam os nossos edifícios preparados para aguentar um sismo desta magnitude?
Nenhuma cidade, edifício ou estrutura está totalmente protegida para fazer face a um sismo de elevada magnitude, a experiencia de outros acontecimentos ensina-mos que tudo depende de uma politica geral de planeamento, organização, proteção e socorro.
De acordo com a opinião de vários especialistas, Lisboa é considerada a segunda capital europeia exposta a um maior risco sísmico. Lisboa é por isso uma cidade exposta a todo o momento a um possível terramoto que pode ser igual ou até superior ao que agora aconteceu na Turquia e na Síria.
Na área da zona metropolitana de Lisboa, zona mais critica no risco sísmico, existem cerca de 453.000 edifícios, a maioria desses edifícios 68% foram construídos antes de existir uma legislação eficaz de proteção sísmica, sendo que a primeira regulamentação aprovada data de 1958 sendo esta atualizada em 1983, só a partir de 1990 se começa verdadeiramente adotar esta regulamentação nos projetos de edificação urbana.
Facto também preocupante, é a aberração legislativa que obriga a que todos os imoveis possuam seguro contra incendio e se esqueça os restantes riscos, incluindo os riscos sísmicos. Atualmente englobar os riscos sísmicos numa apólice de seguro multirriscos pode custar mais de 100% sobre o custo desse seguro o que desde logo afasta o interesse na sua contratação. Hoje menos de 10% dos imoveis estão cobertos com a proteção contra eventos sísmicos.
Urge de imediato exigir que o nosso governo tome medidas legislativas que promovam e obriguem à manutenção periódica e a inspeção estrutural dos imoveis e que seja alterado o atual lei que obriga à contratação de seguro de incendio em todos os imoveis, passando essa obrigatoriedade a ser considerada no seguro multirriscos, incluindo os riscos sísmicos em especial nas zonas de maior risco, esta medida iria fazer com que as seguradores reduzissem o preço deste seguro tornando-o mais acessível a todos.
Artigo de Opinião – Francisco Monteiro Dias | CEO do GRUPO PRADO CONDOMÍNIOS